Autor: José Silva do Nascimento
Certa vez, um grande sábio resolveu fazer um concurso para saber qual profissão seria a mais importante. Reuniu todos os profissionais das diversas áreas de conhecimento e todos deveriam discursar em favor de sua área de atuação e assim sucessivamente.
Os primeiros a discursar foram os profissionais da área da saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras. Enfim, foram enfáticos em seus argumentos: “Somos os profissionais mais importantes porque todos dependem de saúde; se você não estiver bem psíquico-físico-mental não produzirá nada e será um risco para a sociedade" Todos aclamaram os mestres da saúde e os guardiões do bem estar.
Em seguida, vieram os magistrados: juízes, advogados, promotores, delegados e já falando num tom intimidador: “Nós promovemos a ordem, a justiça, a igualdade, coibimos piamente a violência, protegemos a sociedade de toda a delinqüência. Somos assim, escreveu não leu...” E em tempos de tanta necessidade de paz e justiça, foram aplaudidos em pé.
Foram enfáticos também os grandes cientistas: “Revolucionamos a ciência, descobrimos a cura para muitas doenças, realizamos e edificamos a clonagem nos seres vivos, estamos prolongando a vida nos humanos; enfim, fazemos milagres com nossas próprias mãos, não há o que discutir, somos soberanos”.
Em grande ênfase, exclamaram os jurados: “Eles realmente transformaram o mundo!”
E assim foram passando todos os profissionais liberais, toda a elite cultural. Por fim, notaram a ausência dos educadores. Os demais profissionais foram unânimes: "Tem razão, vocês professores que gostam de ser chamados educadores são, na verdade, de grande insignificância para a sociedade. Vejam, até seus salários são uma ironia!"
E foram além: "Vocês foram ultrapassados pela era digital, foram automaticamente substituídos pelos computadores. Agora nossos filhos serão educadores por esta super e inteligentíssima máquina".
Realmente, aquilo deixou a classe de educadores muito preocupada. Porém, tempos depois, todos sem exceção, vieram implorar a volta de todos os educadores. E sabem por quê? Simplesmente porque as máquinas são seres inanimados, não têm sensibilidade, não usam a emoção, não entendem o próximo, coisa nata de nós educadores.
Podemos não ser reconhecidos como tal, mas nem por isso deixamos o barco à deriva. Continuamos salvando vidas: somos os médicos, somos justos, fazemos o papel dos magistrados, ensinamos o caminho correto. Aliás, caminhamos juntos, somos os principais cientistas, porque dignificamos a vida das pessoas, das crianças.
Através do amor, da dedicação, do caráter inigualável, convencemos de que a ética é a ciência da sabedoria. Não tenhamos dúvidas: "somos os profissionais mais importantes deste planeta".
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